quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Prefeitura de Belo Horizonte nega direitos básicos às famílias da Eliana Silva


No último dia 21 de janeiro, uma comissão de moradores da ocupação Eliana Silva foi registrar o pedido de ligação de água e luz nas empresas Copasa e Cemig, responsáveis por tais serviços na região. A prestação destes garantiria às famílias da localidade uma melhoria na condição de moradia, uma vez que as pessoas já estão instaladas há cinco meses na localidade, em casas de alvenaria e trabalhando para a abertura das primeiras ruas. 
No entanto, as empresas indicaram que nada fariam se os endereços das ruas batizadas pelos militantes do MLB não fossem reconhecidos pela secretaria regional, representante do município. Em visita à secretaria, esta mesma comissão ouviu que este problema não será solucionado por parte da prefeitura, a qual considera os ocupantes como pessoas que “furam a fila da moradia”. Ao ser questionado sobre a implantação do programa “Minha Casa, Minha Vida” ou outro programa, o secretario adjunto Wanderley de Araújo voltou a afirmar que há que se esperar que a prefeitura supere o déficit habitacional. 
Todavia, nos últimos quatro anos a prefeitura de Belo Horizonte não construiu uma casa sequer para trabalhadores que tem renda abaixo de 3 salários mínimos, enquanto as ocupações organizadas por diversos movimentos populares construíram cerca de 2000 habitações. Infelizmente, a prefeitura nega-se a garantir tais direitos fundamentais para o ser humano e deixa, dessa forma, as famílias à própria sorte, com todo o tipo de risco que a falta destes serviços podem trazer. Entre os moradores da ocupação, estão diabéticos, idosos e crianças que precisam, por exemplo, de geladeira para manter medicamentos e alimentos essenciais. Além disso, sabem-se os males que a falta de saneamento básico traz à saúde e, embora o centro de saúde local já atenda algumas famílias, é necessária uma conscientização para promoção da saúde, não apenas o tratamento de doenças. 
Por tudo isso, as famílias de Eliana Silva e o MLB insistem na necessidade de que a prefeitura e o poder público como um todo estejam presentes na ocupação, não para reprimir a luta destas pessoas, mas para garantir estes direitos. As pessoas que lutam não devem ser tratadas pelo Estado de forma diferente e seus direitos devem ser garantidos em plenitude.

Mayra Garcia- MLB

sábado, 19 de janeiro de 2013

Coordenadores da Comunidade Eliana Silva sofrem ameaças!

Já completam cinco meses desde que a as famílias da Ocupação Eliana Silva estão numa área na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Durante esses meses a comunidade enfrentou muitas dificuldade e ameaças, principalmente, por parte da PM e da Prefeitura de BH. Porém, a resistência e a determinação firme das famílias vem garantindo a manutenção das centenas de pessoas que estão morando no local e criando novas possibilidades para todos.

Muitos avanços ocorreram. Hoje a quase totalidade das famílias já mora num cômodo de alvenaria e, apesar das inúmeras dificuldades e privações, há energia elétrica e água - embora a ausência do Estado e das instituições públicas do governo estejam omissas frente aos graves problemas de moradia enfrentados pela população. A mão do Estado capitalista só existe para intimidar e reprimir as famílias. A coleta de lixo não é realizada permanentemente e outros direitos são desrespeitados quando as famílias dizem que moram na comunidade. Há um flagrante preconceito contra as pessoas que se encontram nas ocupações urbanas em Belo Horizonte. Mesmo assim, o apoio na região do Bairro Santa Rita e comunidades adjacentes é muito grade, assim como a solidariedade.

A Creche Comunitária está num processo de reorganização para atender as crianças a partir de fevereiro, uma reforma será feita no local, propiciando melhores condições para as crianças. O espaço também será utilizado para a alfabetização de jovens e adultos. Está em processo de avaliação a implantação de um curso de pré-vestibular comunitário, com o objetivo de atender a demanda da própria comunidade e dos jovens que residem nos bairros e comunidades do entorno.

O nível de organização do MLB e da Ocupação Eliana Silva vem incomodando. Nas últimas semanas a coordenação do movimento vem recebendo diversas ameaças e sofrendo intimidações. Diante desses fatos, a Defenssoria de Direitos Humanos do Estado de Minas Gerais vai realizar visitas periódicas na comunidade para acompanhar as denúncias e as ameaças.

Neste domingo,  20 de janeiro, às 10h da manhã, haverá Culto Ecumênico e um ATO de Solidariedade à coordenação do movimento e também estão sendo programadas atividades nos próximos dias para dar apoio. Convidamos todas as pessoas, organizações populares, sindicatos, estudantes e apoiadores da luta da ocupação Eliana Silva para se fazerem presentes e participarem deste dia de solidariedade.

Contamos com você!